quarta-feira, 25 de outubro de 2017

POR QUE DEUS PERMITIU?


POR QUE DEUS PERMITIU?


Ângelo (nome fictício) completou 16 anos. Era um jovem alegre, amado por seus pais e frequentemente ia aos cultos de jovens. Seus pais um casal simpático, trabalhador, que gostava de ajudar nas atividades da igreja. Naquele dia  festivo, Ângelo conseguiu convencer seu pai a deixar-lhe dirigir a camioneta, como presente de aniversário. Com uma certa preocupação, o pai consentiu; afinal, era o aniversário de seu filho querido e queria dar-lhe um dia perfeito.

A felicidade estava estampada em seu rosto. Ângelo sentia-se o máximo quando as "gatinhas" lhe abanavam sorrindo. Reuniu uns amigos, colegas da escola e alguns da igreja e foram fazer um piquenique. À noite seria a grande festa de comemoração com seus amigos da igreja.  Empolgado não recusou quando um amigo lhe ofereceu bebida alcoólica para comemorar o aniversário e também a "chave do carro" em suas mãos.

Ele estava muito feliz quando resolveram dar um passeio na vila, com ele dirigindo. Não foram longe. Janela aberta, o vento batendo no rosto era simplesmente empolgante. Ângelo olhou rapidamente para trás ao ouvir a voz da garota que o chamou de lindão, e, por essa distração saiu da pista, capotou o veículo e veio a falecer no acidente.

Alguns meses após o terrível acidente, visitei a família. Eram todos muito queridos e amáveis, mas tinham uma compreensível tristeza no olhar.

- Nosso filho era uma bênção pastor. Estava sempre com os jovens da igreja, cantava, tinha alegria e estava na melhor fase da vida. Era nosso tesouro. Ele amava Jesus e os amigos. Por que Deus foi permitir uma coisa destas? Por que nós temos que sofrer uma coisa dessas, perdendo um filho tão querido em plena primavera da vida? Não entendo por que Deus foi permitir que isso acontecesse conosco!

Numa hora destas, analisando apenas o sofrimento daquela mãe, um pastor não pode ser rude. Tem que agir como um conselheiro, alguém que coloca um pouco de óleo na ferida que ainda está sangrando, para amenizar a dor, mesmo conhecendo a história e eles terem omitido, no seu lamento, o fato de que o garoto estava alcoolizado além de não ser habilitado.

A frase, no entanto, requer uma análise mais confrontadora com as atitudes das pessoas na sua relação com os mandamentos da Palavra de Deus e com o conceito de vontade e permissão divinas. É mais comum do que imaginamos essa classe de pensamento que atribui a Deus a responsabilidade do desleixo e irresponsabilidades pessoais.

A pergunta é: DEUS PERMITIU? Foi Ele que permitiu ou a pessoa agiu mesmo sem Sua permissão?

Se um pai não ensina seu filho no caminho que deve andar (Pv. 22.6), não o orienta e protege, não exerce a autoridade dada por Deus na prática da disciplina cristã e social (Ef. 6.4), facilita a seu filho a transgressão das leis nacionais e não fiscaliza a imprudência (filho estava sob efeito alcoólico), então, com certeza, esse desastre não foi Deus que permitiu. 

Deus poderia ter impedido, mesmo assim? poderia! a outra pergunta é a seguinte: os pais oraram a Deus pedindo que Ele guardasse seu filho? Quem sabe se tivessem orado o Senhor poderia ter respondido essa oração. Mas isso seria percebido ou abriria a porta para outras ações irresponsáveis?

Muitas vezes, mesmo quando agimos de forma imprudente e até ilegal, Deus atende a oração de um intercessor fervoroso e consciente. Muitas vezes estamos sujeitos a erros pessoais e Deus nos livra. O que acontece é que a maioria das vezes não prestamos atenção naquilo que Deus está fazendo e encaramos o livramento, não como ação divina, mas como resultado de nossa própria habilidade. 

Temos liberdade de ação. Podemos obedecer ou desobedecer, mas não podemos dizer que Deus permitiu, porque está claro na Escritura o que Deus permite e o que não permite. 

Em Deuteronômio 30.15-19 há uma promessa de Deus de muitas bênção para aquele que fizer o que é bom, o que é da vontade de Deus, porém há castigo e morte para os transgressores. 

Quantos pais hoje sofrem também porque seus filhos não obedecem seus ensinos. São bons meninos, mas de repente, sugestionados pela opinião pública, desrespeitam seus pais, acham que eles são ultrapassados e falhos, pensam que já sabem todas as coisas, e acabam desobedecendo. O resultado dessa desobediência pode ser desastroso, mas, de quem será a culpa? E, em caso de uma consequência desagradável, será o pai o culpado?

É claro que o pai ama o filho e vai sempre tentar defendê-lo. Mas nem sempre um pai pode proteger o filho que decidiu fazer algo contrário à sua vontade.

Deus não permite que você faça coisa errada, isto é, não é de Sua vontade que andes no mau caminho. Ele não fez de nós uns robôs, que Ele aperta um botão para nos impedir de fazer bobagens. Ele nos criou seres conscientes, capazes de aprender, ouvir, discernir e decidir. Se fazemos determinadas escolhas, devemos saber que as consequências também serão nossa responsabilidade. 

A liberdade que tanto prezamos e defendemos, tem também um alto custo. Se somos livres para fazermos o que nos dá na cabeça, então não temos direito de questionarmos Deus pelo resultado de nossas más escolhas.



"Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar".
Deuteronômio 30:19,20






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