sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

POEMAS ROMÂNTICOS

O Verbo Amar

Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.


Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.


Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...


Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!


(Poema de JG de Araujo Jorge
do livro -Bazar de Ritmos- 1935)

Soneto à tua volta
Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.

Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!

Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...

Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...

(Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro
"Eterno Motivo" " - Prêmio Raul de Leoni,
da Academia Carioca de Letras - 1943)

Até que Enfim!

Quem é esta encostada ao seu amado
E quem desfila ao seu lado tão garboso?
Ela responde: é meu namorado
Ele corrige: não, sou seu esposo!

Ela vai sorridente, embevecida
E o sorriso dele já alcançou a orelha
Ela é rainha, voa qual abelha
E ele a sugar-lhe o néctar da vida!

Qual beija-flor em busca da doçura
Ele a procura sem trégua, sem paciência
Fita seus olhos num misto de ternura
Beija-lhe a boca sem qualquer ciência.

Mas ela aceita, que o amor é assim
cheio de mel, de sonhos, de candura
E nós em coro dizemos: "té que enfim"
Estão casados - que feliz ventura!

(José Aldoir Taborda em Homenagem ao
pastor  Wagner Araujo e Elaine, recém casado - Julho 2011)

TELEFONEMA AO MEU AMOR
À Leda, minha esposa,  mulher que amo com toda a ternura do meu ser...

Você ligou!
No interfone sua voz ouvi
Eu disse alô!
Depois sorri...

Falei com você
Tudo foi tão lindo
As lágrimas chegando
A voz sumindo
O tempo passando
A voz embargada, não tava sorrindo!

Você desligou!
Meu Deus, como é lindo!
Amar a você, sem nada impedindo
Querendo te ver
Querendo falar
O tempo passando, a voz não saindo.

Você desligou!
Que triste verdade
Senti a distancia
Aumentar-me a saudade!

Queria te ver, te ouvir e falar
Pegar tua mão, teu rosto beijar
Dizer que te amo
Dizer que te quero
Beijar tua boca,
Cantar um bolero!

Queria dizer-te
Que volto depressa
Verás, doce amor,
Que cumpro a promessa!

Queria falar-te
Ainda um instante
Dizer que te quero
Que sou teu amante
Dizer que a vida,
Sem ti é vazia
E que és a razão da minha alegria!

Quando ouvi tua voz cheia de poesia
Intensa alegria meu ser inundou
Mas logo em minh’alma veio a nostalgia
Quando o telefone, você desligou!

O fone do gancho me olhava discreto
E eu pensativo me pus a andar
Pés firmes no chão, olhar para o teto
A alma ansiosa, querendo chorar.

Aqui nesta sala, sozinho pensando,
E em versos contando o que sinto por ti,
Me sinto um garoto ao amor despertando,
O peito explodindo, explodindo por ti!

José Aldoir Taborda
Outubro/1983


O MEU AMOR VIAJOU

O meu amor viajou, que solidão ingrata,
Entrar assim no quarto solitário e frio,
É dura essa saudade, essa saudade mata!
Ficando assim sozinho, me sinto tão vazio.

Fiquei com febre, ansioso, abatido e triste
O sono foi embora qual ave no verão
Embora feche os olhos o pensamento insiste
Na busca de seu corpo, do sonho, da emoção!

Eu sei que ela volta daqui uns cinco dias
Mas isso é tanto tempo, confesso com desejo
Se estivesse aqui meu sonho findaria,
Prefiro tê-la ao vivo, preciso de seu beijo!

Só resta-me esperar. Espero assim choroso
Que o tempo voe célere trazendo meu amor
No peito o coração com seu pulsar ansioso
Renova-me a saudade, me enche de calor!

A minha amada é bela, cheia de ternura
Seus lábios cor de rosa têm sabor de mel
A sua tês morena, cheia de candura
Me deixa mais amável, me faz ser mais fiel!

(José Aldoir Taborda
Mal. Candido Rondon, 20.10.2009)

TU ÉS
És uma luz em minha noite calma
A refulgir no azul qual perlas estelares,
És o afeto a me nascer da alma
A brisa mansa da amplidão dos mares.

Chegaste tenra a umedecer as flores
Do jardim de amor que nossa casa é,
Fruto da paz, das expressões de amores
És a expressão do meu amor e fé...

Trouxeste gozo, o riso, a paz que atrai
Nosso carinho e amor, nossa ternura,
Em breve espero ouvir-te a me chamar de pai
E abraçar mamãe com alma pura...

Tu és toda formosa com a tês morena
Rósea criatura que o amor define,
És qual flor singela, cálida, serena,
Tu és a minha filha, a doce e pura Aline!

José Aldoir Taborda
Porto Alegre, julho de 1984

À minha filha Aline, como todo o amor do mundo e à mãe mais maravilhosa da
face da terra que deu-me a oportunidade feliz de tornar-me pai.

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